segunda-feira, dezembro 01, 2008

História do grilo que queria ser amarelo-Hora do Conto


O autor, Carlos de Melo, inspirado livremente na obra escrita para crianças do Mestre-escultor Anjos Teixeira; Os amigos Grilos, 1989 e Memórias de um Grão de Trigo, 1985, publicados pelas Edições Rolim-Cacém, criou um conto cénico-plástico denominado “ História Do Grilo Que Queria Ser Amarelo”, para uma produção do Grupo Acusa Teatro (Casa das Cenas –Educação pela Arte).

O projecto tem como principal objectivo divulgar a obra do Mestre e dinamizar o Museu Anjos Teixeira. Composto de expressão oral e musical, numa intervenção pedagógica através da animação do livro e da leitura de uma história. Com o mesmo interesse, o contar da história, pretende despertar o interesse pela entomologia e pela arte de esculpir a pedra. De salientar o papel da Câmara Municipal de Sintra, através do pelouro da Cultura, divisão da Animação Cultural e dos Museus, facilitando-nos toda a documentação possível e apoiando-nos para que este projecto, A História do Grilo que queria ser Amarelo, iniciado em 2006, possa ser útil principalmente à comunidade escolar e à programação cultural Sintrense.

A história do grilo que queria ser amarelo - Hora do Conto
Museu Anjos Teixeira - Sintra
Às 10.30h e 14.30h dias 20, 27 de Novembro e 4, 11 e 18 de Dezembro 2008 mailto:2008mcasadascenas@gmail.com ou 93 9392193
DISPONÍVEL PARA ITINERÂNCIA PARA ONDE HAJA MIÚDOS E GRAÚDOS

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segunda-feira, setembro 10, 2007

Grupo Acusa Teatro homenageia Miguel Torga

terça-feira, setembro 04, 2007

Poesia na Rua - Volta do Duche , Sintra

Poesia na Rua é o voar da palavra, dos poetas, dos dizedores, dos visitantes de lugares mágicos onde a inspiração respira em cada olhar e a escrita desenha pensamentos a lume.


A Casa das Cenas - Educação pela Arte a convite da Câmara Municipal de Sintra volta à poesia de lingua portuguesa na iniciativa "Mercado de Artes Cénicas" no dia 15 de Setembro de 2007 pelas 19.30h, na Volta do Duche, Sintra. Com a ajuda dos poemas de Miguel, Torga, Maria Almira Medina, Edgardo Xavier, Ibn Al Mudéjar, poetas da Antologia de Poesia do Traço - Comum e a participação de todos aqueles que quizerem soltar a palavra em tons poéticos vamos voar como desafios ao vento.



Voar



Voar...
Voar sem limites

e ser no espaço uma ave de aço

sem coração

sem razão

sem apetites


Voar…
Como rebelde sem causa

fúria sem tino

e o destino

de ser tecer ou gritar

desafios ao vento


Voar…
Para a eternidade do amor

que se vê em ti ao espelho

e se plasma no exacto limite

do teu corpo nú e morno.


Sintra, 23 de Mar. 2007
Edgardo Xavier

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quinta-feira, julho 12, 2007

Entro na sala sacra da minha alma: vejo-me ao espelho como espectro errante, sou
vergonha de impropério adiado que em mim
se reconhece e em mim se espanta.

(José Duarte Saraiva in A Cratera dos Mitos)

Psicanálise (ao espelho)

Estou a ficar do avesso no meu armário de vaidades.
Há retratos a mais do que sou de imortal.
Tanto silêncio lá fora, nas ruas com vestígios de vingança, sombras erguidas como
um tecto em carne, esta mudez de vermes cansados de crescer,
esta aflição com rodas de comboio torto, este qualquer momento de um momento...

Conheço estas paredes que me afundam. Não deserto, nem fico: remexo no que sinto sem me crer, possibilito quadros de (...) mulheres baratas, no meu vagão de veios de ouro estremeço.
Sujo o que respiro sem querer, e o que sujo odeio (...)

Sou vazio e difícil como o vento. Incómodo de ser o que não sonho: a maré viva que me trouxe ao espelho.
Sou eu, porque não sonho o que já vi. Sou o que ainda sonha o que há-de ser. Quem não se lembra de estar vivo, sou. E uma grande ternura por eu ser, afaste-me do medo e do destino,. Não ter futuro é a melhor esperança.
o meu fastio aceita o que o domina..

(José Duarte Saraiva, in A Cratera dos Mitos)

domingo, junho 10, 2007

Camões


Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.

Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,

De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.

Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;

Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.

(Luiz de Camões)

terça-feira, maio 29, 2007

Unidade

Os ziguezagues que fiz
não os dou por incidentes
a desviar o meu rumo;
enquanto perdi o tempo
ganhei ciência de amá-lo
agora que vale a pena

E sempre nas minhas veias
o mesmo calor do sangue
e sempre o mesmo horizonte
ainda que vago na bruma
e esta sede sempre vive
dum bem que sempre ansiei

(Adolfo Casais Monteiro)

De Café

Entrei no café com um rio na algibeira
e pu-lo no chão,
a vê-lo correr
de imaginação...

A seguir tirei do bolso do colete
nuvens e estrelas
e estendi um tapete
de flores
- a concebê-las.

Depois, encostado à mesa,
tirei da boca um pássaro a cantar
e enfeitei com ele a Natureza
das árvores em torno
a cheirarem ao luar
que eu imagino.

E agora aqui estou a ouvir
a melodia sem contorno
deste acaso de existir
- onde só procuro a beleza
para me iludir dum destino.


José Gomes Ferreira

A liberdade inteira no silêncio

A liberdade inteira no silêncio
de humildes assistirmos ao que somos
qual nascemos, qual somos, qual sorrimos...
na esplendorosa ressonância de estar vivo,
à face de uma luz que morre ou de uma luz que nasce

Luís Adriano Carlos

sábado, maio 26, 2007


Bem sei que ninguém conhece os meus caminhos
Ninguém sabe a paz que eu sinto
em ter este orgulho de andar sem ninguém
e com todos e em tudo;
ninguém bate à minha porta,
eu é que baterei à porta dos outros...

Na estrada sou o médico para todos os desmaios,
Mas ninguém conhece a mão que lhe leva o bálsamo,
E de onde vem a esperança desta sombra amiga.

Silenciosamente só, no meio dos meus companheiros emudecidos,
Dos epitáfios dos camaradas mortos vem extraindo
Letreiros sem palavras para os que hão-de vir,
Que são todos os que nasceram e vejo
Em toda a extensão da minha estrada.

E eu te agradeço, ó pequena voz humilde,
Que me ensinaste a virtude de saber renunciar às aristocracias
[que vêm nos livros de linhagens]
E nunca consentiste que quem quer que seja
Afaste a minha sombra do meu corpo.

(Osvaldo Alcântara Só in Cântico da Manhã Submersa)

Vou agarrar com as duas mãos um punhado de estrelas


Vou agarrar com as duas mãos um
punhado de estrelas, e prendê-las-ei
nos teus cabelos (irás assim, terna,
cintilando pela noite).

Mais tarde, se algum astrónomo, ao
perscrutar o céu, te descobrir, ficará
alvoraçado de entusiasmo (pensará ter descoberto um novo planeta...)

(Hélder Pacheco in Os Dias Comuns)