terça-feira, maio 29, 2007

De Café

Entrei no café com um rio na algibeira
e pu-lo no chão,
a vê-lo correr
de imaginação...

A seguir tirei do bolso do colete
nuvens e estrelas
e estendi um tapete
de flores
- a concebê-las.

Depois, encostado à mesa,
tirei da boca um pássaro a cantar
e enfeitei com ele a Natureza
das árvores em torno
a cheirarem ao luar
que eu imagino.

E agora aqui estou a ouvir
a melodia sem contorno
deste acaso de existir
- onde só procuro a beleza
para me iludir dum destino.


José Gomes Ferreira