quinta-feira, novembro 09, 2006

Sigamos o Cherne



(Depois de ver o filme "O Mundo do Silêncio", de Jacques-Yves Costeau)

Sigamos o cherne, minha amiga!
Desçamos ao fundo do desejo
Atrás de muito mais que a fantasia
E aceitemos, até, do cherne um beijo
Se não já com amor, com alegria...

Em cada um de nós circula o cherne,
Quase sempre mentido e olvidado.
em água silenciosa de passado
Circula o cherne: traído
Peixe recalcado...

Sigamos, pois, o cherne, antes que venha,
Já morto, boiar ao lume de água,
Nos olhos rasos de água,
Quando, mentido o cherne a vida inteira
Não somos mais do que solidão e mágoa.

(Alexandre O'Neill, in No Reino da Dinamarca, 1958)

1 Comments:

Anonymous maria sampaio said...

UM POEMA LINDO A RECUPERAR E DIVULGAR

2:49 da manhã  

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